Presidenta Dilma Rousseff
O governo decidiu aproveitar as primeiras greves da 'Era Dilma Rousseff' para fixar um padrão de relacionamento com os funcionários que optam por cruzar os braços. Por ordem do Planalto, repassada ao Ministério da Fazenda, as direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal cortarão o ponto dos seus grevistas.
A mesma providência já havia sido adotada em relação aos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, vinculada ao Ministério das Comunicações. Amanhã (10), a greve dos bancários completa 14 dias.
A paralisação dos Correios entra no 27o dia. Nos dois casos, os trabalhadores são representados por entidades vinculadas à CUT, braço sindical do PT, o partido de Dilma. A despeito disso, Dilma mandou dizer que os gestores de bancos e empresas do governo devem se portar como administradores públicos, não como sindicalistas.
Representadas pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), as casas bancárias ofereceram reajuste de 8%. A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo financeiro) reivindica 12,85%. A negociação foi interrompida. Nesta sexta (7), segundo a entidade, 8.951 agências estavam fechadas.
Os Correios chegaram a firmar um acordo com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares). Deu-se numa audiência de conciliação do TST. Porém, o acerto foi desautorizado pelos trabalhadores em assembléias realizadas nos Estados.
Na sexta, tentou-se repactuar o entendimento, de novo sob mediação do TST. Dessa vez, desautorizada por seus representados, a Fentect refugou o acordo. Em nota veiculada na internet, a federação atribuiu o dissenso à insistência do governo em cortar o ponto dos grevistas.
Na folha salarial de setembro, foram passados na lâmina seis dos 25 dias parados. Os negociadores dos Correios concordaram em devolver o dinheiro. Porém, ficara combinado que o corte seria feito a partir de janeiro de 2012, em parcelas. E os outros dias parados seriam compensados com horas extras.
Diante do fracasso das duas tentativas de acordo, o TST agendou para a próxima terça (11) o julgamento do dissídio da categoria postal. A Fenaban receava que os bancos públicos, diferentemente dos privados, fossem pagar os dias parados dos seus grevistas. Foi informada de que isso não vai acontecer.
Em 2007, assediado por greves de servidores públicos, Lula chegou a declarar que greve sem corte do ponto vira férias. Sob Dilma, o governo emite sinais de que está determinado a levar às últimas consequências as palavras do ex-sindicalista e fundador da CUT. (Do Blog Josias de Souza)
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